Andries Viljoen
2 min readNov 4, 2018

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Resenha do Filme: PONTE DOS ESPIÕES… … é um drama que conta a história de James Donovan (interpretado por Tom Hanks), um advogado de seguros do Brooklyn que é empurrado para o meio da Guerra Fria, quando a CIA o envia para a tarefa de negociar o resgate do piloto americano de um U-2 que foi capturado. O filme é incrivelmente super bem dirigido, afinal nada menos que Steven Spielberg foi o responsável. O filme tem início em 1957, prestes a estourar a Guerra Fria. Temos uma tensão iminente entre EUA e União Soviética. Enquanto isso um espião soviético Rodolf Abel é capturado em solo americano e acusado de ser integrante de estar infiltrado nos EUA para espionagem. O advogado B. Donovan é designado para fazer a defesa de Rodolf, pois assim o país(EUA) estaria mostrando que o “criminoso” teria um julgamento de forma justa e consequentemente abrindo uma exceção diplomática. Ao mesmo tempo desta captura um espião americano é capturado na União Soviética. Abre- se uma porta para tentar uma negociação de troca de espiões, a partir daí o advogado deverá criar uma ponte para fazer esta troca da melhor forma possível. O advogado vai até a União Soviética, colocando sua vida em risco para tentar de N- formas possíveis para efetuar esta troca, antes que ambos os presos sejam torturados. O roteiro deste filme dão total envolvimento do expectador na história, não sabemos quem é de fato vilão. Um filme impecável, na minha humilde opinião. Hanks como sempre está um espetáculo a parte, duvido que tenha algo que este ator não possa fazer.

Definitivamente um filme de sucesso. Ponte dos Espiões marca o retorno de Steven Spielberg à boa forma e ao modo mais gostoso de se fazer cinema: com criatividade e amor pela arte. Como sempre, Hanks traz sutilezas em sua atuação. O personagem nos cativa, provoca empatia imediata graças a naturalidade do talento do ator para trazer Donovan à vida. Mark Rylance (do ótimo Filme Dunkirk) faz um Rudolf Abel que não se permite em momento algum sair da personagem ambígua que lhe é proposta, ocasionando uma performance magistral, à prova de qualquer aforismo sentimental que pudesse atrapalha- lo em seu trabalho, sem deixar de lado um comportamento espirituoso e muito carismático. O trabalho de cores, em que predominam o cinza e o grafite, salienta a dubiedade do caráter geral do mundo. Ponte dos Espiões levanta uma questão muito importante: a necessidade de se fazer a coisa certa, mesmo sabendo que isso vai contra interesses políticos ou de algum grupo dominante. A história aqui contada é baseada em fatos reais, ainda sim remete também ao caso recente do ex-administrador de sistemas da CIA que denunciou o esquema de espionagem do governo americano em 2013 e foi tratado como um traidor, mesmo que tenha tido a atitude correta. É uma crítica clara à hipocrisia norte-americana, que trabalha sempre com dois pesos e duas medidas em se tratando de assuntos como esse.

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