Homeland e a sua temporada que não foi excelente, mas que mesmo assim foi bem boa
Acho honesto começar a falar da Season 2 de Homeland assumindo logo de cara que a minha relação com ela não foi das melhores. É, não foi. Claro que também não foi das piores porque, para que a minha relação com uma série como essa ficasse ruim de verdade, precisaria de muito mais. Mas foi difícil, uma relação de altos e baixos, instável, em alguns momentos bastante complicada, em outros “fácil demais”, mas no final das contas acabamos superando tudo isso e continuamos firmes e fortes, juntos. Talvez tenhamos muita sorte. Mas isso só se confirmou mesmo depois daquele final, que serviu para restabelecer de vez a força da nossa relação. Estamos bem de novo, por enquanto. Só não podemos continuar repetindo os mesmos erros daqui para frente.
Carrie (a sempre excelente Claire Danes) voltou diferente para essa temporada. Fato. Também pudera, depois de tudo que a personagem passou durante a sensacional Season 1 + o tratamento de choque que ela se submeteu voluntariamente devido a sua condição, um tratamento cruel, doloroso e que literalmente fritou suas memórias (fritou mais ou menos, não?), seria difícil encontrar a mesma Carrie de antes assim, logo de cara. Mas ela estava lá, tentando se esconder por trás de um olhar extremamente triste, quase como se ela não estivesse presente, não por completo, inteira. Um olhar de uma pessoa tentando se acostumar com sua nova realidade, visivelmente triste com a mesma, mas pelo menos tentando seguir em frente e se adequar.
E essa nova realidade da personagem acabou contribuindo para um começo bem mais lento para Homeland nessa temporada, porém até que necessário, porque havia a necessidade de situar a história e a atual situação de seus personagens depois de tudo que já conhecemos do seu passado. E tudo isso só passou a voltar para o ritmo normal que eles mesmos nos acostumaram durante a Season 1, quando a CIA se viu completamente sem saída e teve que pedir a colaboração da própria Carrie, colocando-a novamente em campo, que todo mundo sabe, é onde ela sempre se sentiu mais a vontade com ela mesmo. Isso sem prometer nada, cruelmente até, a tratando como uma qualquer. Logo ela, que se fosse uma qualquer mesmo, não seria tão fundamental assim para o desenrolar das investigações. (autoconfiança é importante na vida, Carrie!)
Longe dela e tentando manter a sua vida cheia de “mentiras” estava o Brody (o tão sensacional quanto, Damian Lewis), um homem que apesar da serenidade que ele tenta passar a todo instante para não ser pego por ninguém, nós todos sabemos que na verdade, ele é como uma bomba relógio que está prestes a explodir a qualquer momento, principalmente porque em sua vida acontece de tudo o tempo todo e ameaças por todos os lados nunca faltaram para o personagem. Agora concorrendo a uma vaga como vice na campanha presidencial do então odioso vice-presidente, que nós bem sabemos que sempre foi bem meio assim, com seu próprio gabinete, entourage (AMO e sempre procuro um motivo para usar essa palavra. Sempre!) e tudo mais. Sendo assim, Brody esteve cada vez mais envolvido com a parte política da história, algo conveniente para ele e também para o inimigo #1 da america antiga dentro da série. Em casa, tudo caminhava para uma vida enfim tranquila, com mulher e filhos também se adaptando a nova realidade da família do novo “herói americano”, ganhando cada vez mais espaço na trama, principalmente a filha, para o nosso total desespero. Mas daqui a pouco falaremos dela, porque também não queremos cometer a injustiça de dar mais espaço para quem não merece, rs
Enquanto isso, a ameaça de um novo ataque terrorista continuava perseguindo a CIA e em campo, em um momento de pura adrenalina que foi o que trouxe a série para o ritmo que nós tanto gostamos de antes, com muita sorte, Carrie, mesmo arriscando a própria cabeça a troco de qualquer coisa naquele momento, muito provavelmente porque ela já não tinha mais o que perder a essa altura, conseguiu algumas provas ou pelo menos pistas do que estaria por vir e no meio disso tudo, repito, com muita, mas muita sorte, ela acabou encontrando também o vídeo com a confissão das verdadeiras intenções do Brody no passado e isso em terras bem distantes, com um disfarce bem do meio assim (mas Ok, perdoamos esse detalhe porque a perseguição foi bem boa). Vídeo esse que o Saul achou em meio as evidências, quase por acaso, que nos trouxe um dos momentos mais bacanas e aguardados da história da série, que acabou se estendendo até o episódio seguinte, quando Saul finalmente revelou a descoberta do vídeo para a própria Carrie, que nessa hora ganhou a certeza de que ela esteve certa o tempo todo, nos presenteando com uma cena ótima de alívio para a personagem, que naquele momento parecia que enfim tinha voltado de uma vez por todas para onde ela pertencia. Carrie estava centrada novamente. Quer dizer, na verdade, meio que em diagonal como quase sempre. (rs)
Mas a sua volta para a CIA não aconteceu assim de forma tão fácil não e Carrie ainda teve que amargar alguns obstáculos colocados no seu caminho por seus superiores, que tentavam a todo custo dificultar ainda mais o seu retorno, sem contar que eles todos não conseguiam aceitar ou reconhecer que a agente bipolar mais descontrolada do universo foi quem esteve certa durante todo esse tempo, algo que só contribuiu para deixar a personagem ainda mais fora de controle, principalmente quando ela já tinha consciência de que estava certa, onde a partir disso ela passou a assumir de vez a posição de “policial que não segue regras”, tão comum em séries ou filmes do gênero, algo que em Homeland sempre me pareceu um tanto quanto desnecessário (e apesar de não ser novidade para ninguém, dessa vez, esse detalhe foi ainda mais presente na trama). O difícil é acreditar que em uma organização de segurança nacional daquele porte e com tamanha responsabilidade, as coisas continuem acontecendo de acordo com as vontades e ou intuição da personagem. Mas tudo bem de novo, perdoamos agora porque a história precisava continuar… (o que não quer dizer que nós não estamos de olho nesse tipo de detalhe)
Até que chegamos ao que pra mim foi o ponto alto da série, o “interrogatório DR “público/particular” do casal Carrie vs Brody (2×05 Q&A), que aconteceu diante das câmeras, na frente de quase todo mundo. Quer dizer, pelo menos o áudio vai? Esse que pra mim foi o momento mais “Homeland” de toda essa temporada de Homeland. O momento que nos lembramos do porque que achamos a série tão boa no passado, a ponto de a consideramos como a melhor do ano de 2011, do porque que nós gostamos tanto e nos apegamos de tal forma a aqueles personagens. Ufa, até que enfim Homeland estava realmente de volta. Uma discussão sensacional, que durou uns 15 minutos, com apenas os dois atores em cena, se entregando completamente, despejando as verdades na cara um do outro, verdades que todos nós estávamos ansiosos para ouvir da boca de cada um deles. Carrie assumindo que amava sim o Brody, sem medo de admitir, sem culpa. Dizendo inclusive que ainda o ama na verdade, no presente e que ficaria com ele a qualquer momento, caso esse também fosse o seu desejo. Brody que por sua vez assumia pela primeira vez suas verdadeiras intenções ao final da temporada anterior, revelando a sua parceria com o Abu Nazir, apesar de ter deixado uma parte de fora dessa verdade ainda muito bem escondida (a história toda do colete), assumindo pelo menos parte da verdade, ainda mais agora que ele já não tinha mais como se esconder, uma vez que a CIA já tinha em mãos o vídeo com a sua confissão. Brody respirava aliviado pela primeira vez, deitado no chão, completamente vulnerável, em posição fetal. Dra-ma.
Antes disso, ainda tivemos mais um momento totalmente sem limites da própria Carrie, que aconteceu logo em seguida ao Brody tocar na sua ferida mais profunda (de propósito), falando sobre a sua atual condição psicológica totalmente perturbada e mais tarde, os dois se acertando animadamente em um hotel de beira da estrada, com os seus colegas de trabalho testemunhando tudo e podendo observar de perto o quão longe aquela mulher poderia chegar para obter o que ela desejava e nesse caso, em todos os sentidos. Apesar do envolvimento e dos exageros nessa situação, nós enquanto audiência pelo menos já sabíamos que Brody não era qualquer um para aquela mulher, algo que também ajuda a justificar tamanha atitude tão extremista. Mesmo assim, foi bastante constrangedor. Como mulher, eu diria que nem tanto, afinal, quem nunca? Como profissional, foi sim, bem desnecessário e desrespeitoso com ela mesmo.
Com toda a verdade aparecendo tão cedo durante a temporada, algo ainda precisava acontecer para que a situação não acabasse se resumindo apenas a prisão do Brody. Assim, em acordo com a CIA, que prometeu limpar o seu histórico, além de permitir a sua liberdade, Brody acabou se transformando em um agente duplo, trabalhando agora a favor deles, que tentavam descobrir o novo alvo do terrorista mais temido do momento. A partir disso também, a vida de mentiras do Brody que ele achava que havia deixado para trás com a sua confissão durante o interrogatório, acabou ficando ainda pior e muito mais sobrecarregada, com o personagem sendo pressionado por todos os lados e de forma ainda mais intensa. A CIA querendo mais informações, Abu Nazir pedindo a sua colaboração para colocar o seu plano em ação por intermeio da jornalistona megabitch. Em casa, as coisas também não andavam nada fáceis devido ao plot da sua filha envolvendo o filho do vice-presidente e um acidente de carro com uma vítima fatal e no meio disso tudo, estava também o ex melhor amigo, juntando as peças do quebra cabeças sobre a sua verdade e de quebra, ainda teve o alfaiate que entregou o tal colete para ele na temporada anterior (e vale lembrar nessa hora o que ele foi capaz de fazer com o alfaiate quando se sentiu totalmente ameaçado pelo mesmo) reaparecendo e não facilitando muito as coisas. E entre esse fogo cruzado, estava Carrie, tentando controlar tudo o que estava acontecendo com ele, para que o plano maior de capturar Abu Nazir continuasse em andamento. Sério, se Brody pensou em explodir ao final da temporada anterior, eu não sei como é que dessa vez essa não acabou sendo uma reação natural para aquele homem. Se ele explodisse com tamanha pressão por todos os lados, acho que todo mundo entenderia o porque, rs.
E precisamos falar sobre a filha do Brody. Sério, de todos os personagens que existem na série, além dos figurantes em cena andando na pracinha e ou dentro das instalações da CIA, alguém realmente se importa com a história daquela personagem? Pior do que isso, porque a história dela até poderia existir dentro de Homeland e a gente poderia nem notar e ou não prestar muita atenção, mas o problema maior talvez tenha sido o grande destaque que ela acabou ganhando ao longo da temporada com um plot idiota como esse. Da filha assustadoramente compreensível com a volta do pai todo estranho e convertido até a adolescente rebelde com cabelos ensebados e mais bipolar e irritadinha do que a própria Carrie, Dana nunca esteve tão irritante, muito provavelmente porque ela também nunca esteve tão presente na série e essa presença exagerada e totalmente desnecessária, eu considero um erro para essa Season 2.
Tudo bem que suas complicações com a justiça serviram para alguma coisa, bem pouco na verdade e talvez só tenha ajudado a preparar o território para tudo que ainda está por vir, ainda mais depois do final da temporada, mas sinceramente, não houve porque dessa história ter ocupado tanto espaço dentro dessa temporada. Não, não houve. Nem aquela sua mãe também irritante chegou a ganhar tanto destaque, tão pouco o irmão que sempre aparece como figuração e até hoje só deve ter tido umas 5 falas na série e dois “humpfs”. Aliás, falando na mãe, que mulherzinha mais meio assim, não? Tudo bem que ela já teve uma relação qualquer com o amigo (também ruivo? Sempre fico com essa dúvida sobre o fato dela ter um tipo…) do seu marido, mas custava resistir um pouquinho as tentações da carne e não ir dormir com o cara no quarto de hóspedes da casa monitorada pela CIA que ela teve que ir morar por motivos de segurança e deixar os dois filhos dormindo na própria cama dela enquanto a cabeceira da cama batia contra a parede? Se eu já não enxergava motivos para tentar simpatizar com a personagem, nesse momento, ela acabou de perder todo o meu respeito. Prefiro a Carrie, ela que faz o que tem que fazer, deixa todo mundo ver, ouvir, mas nenhum dos envolvidos nesse possível flagrante são seus filhos, apenas colegas de trabalho e nada mais, rs.
Outro momento importantíssimo para a temporada foi o “sequestro” da própria Carrie, que ficou sob a mira do Abu Nazir himself, que aparentemente, conseguia entrar nos EUA com a maior facilidade desse mundo. Ou seja, outro ponto fraco e grande falha da temporada que não poderíamos deixar de notar e apontar. Como é que um terrorista procuradíssimo como aquele, apenas tira a barba e consegue um passe livre em terras inimigas tão facilmente? Hmmm mmm… será que Abu Nazir passava fácil como vendedor de kebab em uma esquina qualquer? Mas enfim, se esse momento foi falho, ao mesmo tempo ele foi bem bacana, porque nos trouxe de volta a tensão que gostamos tanto quando o assunto é Homeland, com Brody tendo que colaborar com o ex-patrão, que precisava do número do wireless do marcapasso do vice-presidente (ou algo parecido), caso contrário, acabaria com a vida da Carrie em cinco segundos. Tempo…
Um plot meio absurdo, eu sei, mas que acabou funcionando dentro da história, apesar de pouco crível, com o terrorista mais procurando dos EUA em Homeland acionando a distância o mecanismo que matinha o coração do seu arqui-inimigo batendo normalmente, algo que acabou levando a morte do seu alvo, nos braços do Brody, que aproveitou os momentos finais do inimigo em comum para despejar umas verdades diretamente na cara dele e sem direito a misericórdia. Só que isso tudo aconteceu dentro da sala do próprio vice, que aparentemente, é um dos lugares menos seguros da face da terra. Vai entender…
Praticamente ao mesmo tempo em que nos despedimos sem saudades do vice-presidente, acabamos nos despedindo e bem precocemente até, do próprio Abu Nazir, que também encontrou o seu fim graças a intuição e mais uma vez, toda a sorte da Carrie, que apesar de quase sempre bem confusa, parece ter um faro certeiro para uma boa pista, não? #TRUSTYOURGUT
Assim, Homeland nos trouxe novamente aquela sensação que tivemos por diversas vezes durante a primeira temporada, quando encontramos uma série pouco previsível e corajosa o suficiente para queimar seus cartuchos a qualquer momento. Confesso que pensando friamente, por se tratar de um terrorista do calibre que imaginamos que teria o Abu Nazir e o tamanho do seu envolvimento com a história, sua morte veio de forma fácil demais, apesar de corajosa e até mesmo inesperada para aquele momento. Sem contar que ela encerraria boa parte do plot em questão em torno da série, mesmo com o aparecimento de novos personagens que poderiam ter algum interesse ou relação com a investigação, algo que eu não sei se foi uma boa saída ou não no final das contas. Mas isso nós ainda teremos que aguardar a Season 3 para constatar.
E esse é um detalhe que não ficou exatamente muito claro, ou pelo menos não teve a atenção merecida. Todo o envolvimento e as suspeitas em torno do Quinn, um dos novos personagens por exemplo, ele que em algum momento, apesar de uma ligeira desconfiança, cheguei até a achar que seria o novo candidato a boy magia da própria Carrie, mas que na verdade, tinha uma outra função dentro da trama e ela não foi devidamente esclarecida ou desenhada com detalhes. Assim como o porque do Estes ter designado uma outra “equipe” para a tal tarefa, que ao seus olhos, precisava ser encerrada com a morte do Brody, algo que o próprio Quinn se recusou a executar quando conseguiu decifrar o que de fato estava acontecendo.
Outro erro que eu consigo enxergar facilmente em Homeland e que nessa temporada acabou me incomodando bastante, sempre foi o fato de alguns personagens acabarem se escondendo na sombra dos demais, não ganhando o destaque que a gente gostaria que eles tivessem. Algo que na primeira temporada até que tudo bem, mas que agora acabou pesando um pouco mais, porque a essa altura, nós já conhecemos aquelas pessoas. Saul por exemplo, sempre foi um dos personagens principais da série e apesar de estar presente em boa parte da temporada, teve pouca participação efetiva e ou com alguma relevância durante a mesma. Tirando a sua excelente relação com a terrorista que tudo que queria na vida naquele momento era uma cela com vista para o mar e dois minutos sozinha para se suicidar (sério, como Saul foi tolo naquele momento…) e o grande final da temporada, Saul foi um personagem que ficou meio que a deriva da história, cumprindo um papel quase bobo de coadjuvante, ainda mais considerando o seu grau de envolvimento com a Carrie e toda a história da série. Acho um desperdício, mas pelo menos ele foi promovido no final das contas. Não por merecimento e sim por falta de opções. Triste.
Até que chegamos ao final da temporada, onde a essa altura, devido a esses pequenos (as vezes não tão pequenos assim) detalhes negativos que começaram a aparecer com certa frequência na trama atual, acabei não criando grandes expectativas para ele. Até aqui, apesar de ter gostado do caminho que a série acabou perseguindo, mesmo com um desvio ou outro meio ou totalmente meio assim, era possível perceber de longe a grande diferença entre tudo o que aconteceu durante a primeira temporada e a atual situação de Homeland, que apesar de não ser ruim, também não era das melhores, não como ela já foi. Tirando o fato da série não ser mais novidade e que dessa vez o jogo da dúvida sobre a verdade sobre o Brody já não ter mais o mesmo efeito delicioso de antigamente, onde em um episódio achávamos que ele era o bandido e no outro, achávamos que ele era totalmente inocente, ainda faltava alguma coisa para que fosse possível relacionar e associar facilmente essa nova temporada da série com tudo de melhor que nós já havíamos acompanhado durante toda a Season 1.
Nessa hora, ganhamos uma Carrie desesperada, em meio a um ataque terrorista em um lugar que ela achava ser totalmente seguro. Todo mundo achava. Isso quando ela minutos antes havia tomado a decisão de desistir de toda a sua carreira para viver o grande amor que ela sente pelo o Brody. E de quebra, o ataque aconteceu quando ela ainda estava ao lado do homem que poderia ter sido o responsável por toda aquela barbaridade que acabou tirando a vida de diversos dos seus colegas de trabalho e que naqueles minutos anteriores, era o homem com quem ela havia decidido dividir a sua vida. Ou seja, mais bipolar do que a própria Carrie só mesmo as ironias da sua vida. Uma explosão que poderia ter sido mais caprichada e na verdade, acabou ficando com a mesma cara daquela explosão medonha e vergonhosa do final da primeira temporada de The Walking Dead, mas que mais uma vez nós deixamos passar em respeito a trajetória da série até aqui e sobretudo, imaginando todas as possibilidades que ainda estavam por vir a partir desse grande acontecimento surpresa e de última hora.
Foi quando Carrie, mais bipolar do que nunca, decidiu optar por tentar fugir do que ela acreditava ser o seu futuro, algo que ela já havia avistado como possibilidade assistindo de longe tudo o que estava acontecendo na vida do próprio Saul no passado, algo que ela disse não querer repetir ou levar como exemplo para a sua própria vida. Saul que por usa vez, fez o que precisava fazer naquele momento, dizendo que ele não conseguia acreditar que ela iria colocar um relacionamento com um homem como Brody, ainda mais com todo aquele histórico totalmente duvidoso a frente da grande possibilidade da sua carreira como agente da CIA, que sempre foi o que ela mais sonhou na vida, algo que ele esteve coberto de razão de trazer a tona naquele momento. Só faltou os três tapas na cara dela, mas você também está perdoado Saul.
Apesar de gostar do casal Brodarrie, confesso que esse tipo de resolução do “coração” acabaria me entristecendo, ainda mais agora que Carrie estava prestes a ganhar todo o reconhecimento profissional que ela havia feito por merecer durante todo esse tempo. Por isso, achei importante que apesar de ter ajudado o Brody a desaparecer por um tempo e assumir uma nova identidade e tudo mais, uma vez que o seu famoso vídeo agora havia sido até exibido na TV para todo mundo ver, ao invés de permanecer ao seu lado apenas em nome de um grande amor (para ela), Carrie decidiu deixá-lo seguir sozinho daqui para frente. E um “grande amor” que diga-se de passagem, é possível enxergar claramente por parte dela, mas quando o assunto é ele, temos lá as nossas dúvidas.
Mas não foi só isso, Carrie entendeu naquele momento que apesar de tudo, de talvez nunca mais poder ficar ao lado do homem que ela amava e ao mesmo tempo continuar mantendo o seu emprego na CIA (ainda mais agora com a sua promoção), sua presença ocupando a sua posição de sempre e agora ainda mais privilegiada era muito mais importante naquela situação, inclusive para ele. E mais uma vez eu digo, apesar de ter sido bem bacana esses últimos momentos dos dois enquanto casal, Carrie sempre me pareceu muito mais consciente de tudo que ela estaria arriscando ou deixando para trás para viver essa história, muito mais do que o Brody, que nunca deu grandes demonstrações de que ele estava querendo exatamente a mesma coisa. Talvez seja coisa de homem, que demonstra menos os sentimentos (nunca pensem assim). Ou talvez não… Na dúvida, assista “Ele Não Está Tão Afim de Você”, Carrie… rs
Embora todos esses acontecimentos importantes tenham ocorrido em uma temporada bastante irregular, nada foi mais especial do que ao final, ver o Saul praticamente em estado de choque, acreditando que a Carrie poderia estar entre as vítimas daquele atentado e em meio a todos aqueles corpos no chão, cobertos apenas por um tecido branco, em uma cena super simples e carregada de emoção, encontramos o personagem quase sem conseguir acreditar na realidade ao ouvir de longe a voz da sua parceira de longa data, um chamado que acabaria de uma vez por todas com a angustia de achar que ela estava morta até então. Certamente, um dos momentos mais importantes e emocionantes da temporada, sem a menor dúvida. E foi importante que ele tenha sido a última cena dessa temporada, para nos lembrar mais uma vez o porque que nós já achamos Homeland a série mais sensacional da temporada passada.
E foi isso, apesar de bastante irregular e de uma série de falhas que se tornaram mais do que evidentes na sua trama a ponto de nos causar um certo desconforto em ter que acreditar que aquele tipo de erro de principiante estava de fato acontecendo em uma série tão bacana como Homeland, tivemos uma grande Season 2, não tão excelente quando a primeira, mas ainda assim bem boa. Talvez essa tenha sido a temporada do nosso perdão para a série…
PS: sim, Claire Danes e o seu queixinho de choro continuam sendo a piada recorrente da temporada, aparecendo em tudo quanto é lugar, mas nenhuma delas foi tão boa quanto a versão do SNL, que além dessa referência, tem também uma filha do Brody que é muito melhor do que a própria filha do Brody. Sério. (falando nele, se não fosse o próprio SNL, eu nunca teria reparado em como a boca dele é realmente pequena, não? rs)